terça-feira, 13 de setembro de 2011

EM PLENA ACÇÃO


Todos nós sabemos que a meta primordial no ataque do Karate é vencer o adversário. Mas vencer rapidamente. Logo o golpe deve ser certo e não mais do que um. É esta a diferença entre os golpes de Karate (atemi) e o de outras lutas. E nesta situação procuramos causar uma lesão interna. Sabemos que muitos nos chamarão de vários significados pelas exteriorizações acima ditas, mas se não o fizéssemos, estaríamos enganando quem nos lê, pois antes de tudo esta é uma arte de guerra, e somente desta maneira, ou melhor, com esta mentalidade de combater pela vida é que alguns conseguirão aquele estado de espírito pacífico, pois terão ultrapassado o estado primário comum ao noviço e trilharão o caminho do Karate verdadeiro, onde o amor pelo adversário, a bondade e a compreensão, tomam o lugar da vontade de ferir ou matar. Nada disso conseguiremos se não tivermos passado pelas provas físicas cruéis do início, que nos fizeram (por nós mesmos) ver, sentir e julgar nossas atitudes subsequentes e nossos caminhos a trilhar. Esta arte não é o final de tudo, mas, um meio para melhorar. E como para tudo é necessário aprendizado e técnica, para o Atemi, ou melhor, para o alvo ao qual se propõe o Atemi (ate: golpe – mi: corpo), que é de tirar fora de combate o adversário, fazem parte inúmeras condições na técnica de bater:

1º Podemos utilizar um verdadeiro arsenal, que é o nosso corpo humano. Sendo que estas armas são naturais!

2º Batermos com qualquer superfície pequena para concentrarmos a energia liberada pelo corpo no sentido de um ponto por nós atacado, sendo o efeito maior no impacto.

3º Sabemos que a velocidade da massa em movimento aumenta, proporcionalmente, à força desenvolvida na hora do choque e por isso aprendemos a bater com velocidade máxima. Da mesma forma aprendemos que a massa é bem menos importante do que a velocidade.

4º Aprendemos a visualizar com precisão e possibilidade os pontos vitais do adversário que nos parecem vulneráveis ao menos que isto seja impossível, o impacto será rápido. Mesmo com a adversidade, podemos bater em qualquer parte obtendo os mesmos resultados em vista de um treinamento profundo e bem organizado.

5º Batemos com tudo de nosso corpo, participando do ato e não somente os membros em especial. Rejeitamos a onda de volta, provocada pelo impacto, forçando-a a de volta para o adversário. Mas poderíamos falar se quiséssemos nos fixar em outros atemis que existem e variam, seja na maneira de bater ou no ponto visado. Aquele que é percuciante, salta após o impacto. Ou aquele outro que penetra e desequilibra. Em cada golpe do corpo devemos ter a impressão de ser a única maneira de vencermos e nele devemos pôr toda a nossa reserva de energia. Devemos, mesmo, criar aquela imagem, de que é a última chance que temos de vencer. Procedendo assim, chegaremos a produzir aquela energia física e mental peculiar aos que praticam a “verdadeira arte”.

Concluímos, pois, que sem nossa dedicação e, antes de tudo, o espírito em função desta arte somente sofreremos sérias desilusões e o Karate, por nós praticado, não passará de meros movimentos feitos no sentido do nada.



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